quinta-feira, 17 de abril de 2008

Bombardeio Cultural...


Nossa...E o celular toca às 7 da manhã, é isso mesmo o celular tem essa função também, anunciando a hora de levantar. Mas, todos nós sabemos bem que aquela história dos 5 minutinhos não rolam, pois o melhor é levantar logo pra criar disposição. Vamos levantar da cama, escovar os dentes por que quero comer Corn Flakes hoje!

Hoje o dia promete, vou colocar meu Nike (isso é um Nike!), minha calça Jeans e minha camiseta Pool, pra ir pra trabalhar, e o melhor de tudo é que meu pai me emprestou o carro hoje, e eu adoro o design desse carro! Mas o que me preocupa é o trânsito que vou pegar hoje...Pois vou sair bem na hora do Rush! Tudo bem, sou paulistano, estou acostumado a isso todo dia, e quando chegar atrasado ao trabalho vou ligar meu notebook, e fazer meu log in no Messenger, por que terei que fazer meu trabalho em grupo on line...É a falta de tempo né...A propósito o que vou comer hoje na hora do almoço? Talvez seja um Sushi no Ho´s Bar, ou talvez eu passe no Drive Thru do McDonald´s, pra comprar um big mac com milkshake de morango, pois na correria de hoje só fastfood mesmo!

Depois do almoço, vou tentar trabalhar mais rápido pra ver se saio mais cedo, pra tentar ir pra casa resolver meus assuntos acadêmicos! Meus colegas de trabalho que me perdoem, mas hoje não tem Happy Hour, e o Drink com a galera só amanhã!

Se eu conseguir chegar mais cedo em casa vou resolver um problema no meu Pc, pois meu Spyware não detectou um vírus, que gerou um boot no meu computador, e apagou todos os arquivos do hardware. Minha sorte é que fiz um Back Up e ta tudo salvo exceto alguns softwares que eu ainda preciso fazer o download...Se não der tempo de arrumar meu PC eu passo numa lan house...

Ai depois disso tudo vou pra faculdade, estudar um pouco de comunicação comparada, e to ansioso pra combinar com meus colegas para sairmos na sexta, agora só não sei se sugiro um cinema no Shopping Center ou uma baladinha Trash...Bom, acho melhor um Shopping mesmo porque além de cinema podemos, comer um hambúrguer ou um Hot dog, e pegar as ofertas de 50% off da M. Officer!

Já to até vendo, mesmo chegando cansado em casa vou ter muito que fazer. Tomar banho, e sentar no computador, meter a mãozona no mouse e começar a passar meus e-mails e viajar pelos sites em busca de algo pra dar CTRL C e CTRL V no google, para entregar pra minha professora de pesquisa!

O que eu mais queria agora era tirar um day off e pedir uma pizza no delivery, Tomar um Seven Up, ligar meu Play Station 2 e brincar com meus games...Vai um Residente Evil ai? E que tal ver um filme e delirar com os making of? Ou até mesmo sentar em frente a minha TV de madrugada só pra rir dos merchandisings ridículos...

É isso ai my dear, assim vou terminando mais um Post no Blog, e de cabeça quente pensando em quantas coisas estrangeiras lemos, dizemos e vivemos todo santo dia! Convergência de culturas? Vai saber...

Bom, mas eu to indo dormir um pouco...Amanhã tem mais Corn Flakes, Nike, McDonald´s, E-mail...Enfim...Um abraço a todos e deixa um comment! (rsrsrsrsrsr)

Por: Marcio Lima

4 comentários:

**Rita Lima** disse...

Aproveitando a onda de referências literárias, esse seu texto me fez lembrar um outro, de um cara "pouco" conhecido chamado Carlos Drummond de Andrade. O nome do texto é EU ETIQUETA. Vou colocá-lo aqui também, mas talvez vocês se lembrem dele...

Em minha calça está grudado um nome, que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nessa vida, em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produto que nunca experimentei, mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada, por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidências, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda!!!.

É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante sentinte e solitário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente), e nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação.

Não sou – vê-lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares, festas, praias, piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa.

Sou gravado de forma universal, seio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não Eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa.

Eu sou a coisa, coisamente.


Li esse texto na 5ª ou 6ª série, não me lembro... Eu e o Edu (em anos diferentes, claro) tivemos um professor de literatura que aplicou esse texto e, só hoje em dia eu vejo, o li na época errada. Atualmente ele diz muito mais... Aliás, é um texto super-atual! Agora eu o entendo bem melhor, assim como também entendo que o mesmo fenômeno das "marcas" acontece também com o nosso idioma. Reinventamos e adicionamos novas (e estranhas) palavras e expressões todos os dias... Será que faremos uma revolução definitiva na Língua Portuguesa? Onde isso vai parar? (Márcio Rodrigo diz: isso não vai parar, Rita! rsss... Eu precisava citar o professor, senão eu juro que não ia sossegar! rsss)...

Tá, pra quem não comenta até que me estendi demais... Mas fica aí uma dica que faz uma intertextualidade bem bacana com seu texto, Marcio!

Rodrigo Mendes disse...

My dear Director´s friend one.(1).
I left and left for hours!!!

The land of uncle San is hear.
You are right my friend.

Congradulations!

And fucke the portuguese!!!

Right?

Jacqueline Souza disse...

Estragerismo aos montes, eu nem sei mais o que é português!!!
Excelente postagem...faz a gente parar é pensar como anda a nossa lingua.

Márcio disse...

Excelente!
Márcio