terça-feira, 4 de março de 2008

Museu de grandes novidades

Ahhhh...Caverna, doce caverna, refugiado em suas entranhas, e depois de comer um delicioso mamute (si, el mamute se murió, el mamute se muríó, mas foi por um boa causa), o homem pré-histórico cria a mídia.

Quero deixar claro aqui que conheço este fato apenas pela genética que trago comigo, e ela me diz que em uma tarde de extremo tédio, e sem vontade de dormir, o homem das cavernas inventa o trabalho.

Mas é muito mais do que isso, este homem decide contar a sua história pintando as paredes de sua agradável moradia, e não foi assim que surgiu a decoração de interiores, não senhor, isso surge depois.

Ele pintava por que tinha a necessidade de perpetuar o conhecimento adquirido durante o passar dos anos.

Com o passar do tempo vai aprimorando suas técnicas, eis aí onde reside o grande segredo de tudo isso, a curiosidade humana, e passa criar extensões de si mesmo.

Essas extensões transformam de forma gradativa a sua vida, e a criatividade humana que sempre tem sede de conhecimento, cria aprimoramentos técnicos cada vez detalhados.

Muito tempo depois não se pinta mais o interior da caverna, já se escreve em papiro, dava trabalho, mas era o que estava ao seu alcance.

Mas o primata, que é um ser incansável na arte da descoberta, tem a sacada de criar uma maquina que substituísse a mão para escrever, assim seria possível transmitir conhecimento em grandes quantidades.

E é assim com a capacidade de fazer o movimento de pinça com os dedos, e despido de sua nudez e inocência, cria a prensa de tipos móveis, a maquina de fazer palavras. Ai, a primeira maquina, a primeira frase, o primeiro amor, (é quase isso, valeu Chico).

Isso possibilita a democratização dos livros e a criação de jornais, cria-se a cultura da informação e é assim que o salto evolutivo faz do homem um ser viciado em sensações.

Essas sensações são mais bem representadas quando junto às palavras são acrescentados sons, e dependendo do veiculo a palavra também ganha imagens e em um processo lógico, essas imagens ganham movimento e som, e a junto a isso a possibilidade de serem armazenadas em rolos de fitas magnéticas, que quando reproduzidas, chegam a centenas de quilômetros e fazem brilhar aquele aquário que fica no meio da sala.

Hoje o aquário é outro, ele brilha da mesma maneira, mas tem uma caixa preta ao lado, e é essa caixa que mistura tudo: pintura, palavra, fotografia, rádio, cinema, televisão tudo ao mesmo tempo agora.

Mas por incrível que pareça ela também está com os dias contados, logo logo, vai ser substituída por um aparelho que cabe na palma da mão e que não vai deixar nada a desejar, dando a sensação de o que eu vejo é na verdade, um museu de grandes novidades.

Sim está tudo ligado às sensações e a velocidade com que elas chegam, criou-se a necessidade de estar mais informado o mais rápido possível e é dessa maneira que junto às invenções que geraram transformações, hoje estamos no ápice do desenvolvimento humano, assim como a milhares de anos atrás, quando aquele homem pintava as paredes de sua caverna, ele definitivamente não tinha criado a decoração de interiores.

Não, ele fez muito mais.

Eduardo Guerrero

2 comentários:

Liquidificador Psicodélico, Brisa Brasil, disse...

Quanta brisa hein Guerrero... muito bom!

Rodrigo Mendes disse...

Brisa boa Guerrero...uma linha do tempo contada em detalhes. BOM NÃO ÓTIMO!